segunda-feira, 16 de junho de 2008

Sem consenso entre bancos e teles, m-payment corre risco

Terceira Geração - Convergência Digital
:: Ana Paula Lobo*



O pagamento móvel tem sido um sucesso nos países onde as infra-estruturas bancária e de telecom são precárias, como é o caso de países africanos, entre eles, o Quênia. Aqui, segundo Victor Koss, vice-presidente da Booz & Company, para o serviço deslanchar será preciso que bancos e teles sentem à mesa e ajustem um modelo de negócios.


O executivo, que participou do CIAB 2008, evento realizado de 11 a 13 de junho, na capital paulista, acredita que bancos e teles terão que unir forças para o serviço ser atrativo para ambas as partes. "Não vislumbro iniciativas isoladas dando certo. Este é um mercado que exige um esforço coletivo", destacou Koss. 


"As condições para que o negócio dê certo no Brasil, nos Estados Unidos, e nos países da Europa são: disposição dos consumidores de pagar pelas transações; condições econômicas favoráveis; investimento das empresas; e infra-estrutura bancária que prescinda desse tipo de serviço", falou Victor Koss, vice-presidente da Booz & Company na Inglaterra, para especialistas do setor bancário brasileiro.


O executivo acredita que, para que os pagamentos via celulares aconteçam no Brasil, ao menos uma das quatro condições abaixo devem ser atendidas:


- Empresas com determinação suficiente para investir na criação de massa crítica, sem a expectativa de obter taxas de atratividade no retorno;


- Subsídios governamentais ou de terceiros;


- Utilização de novas fontes de valor, como por exemplo a próxima onda de aplicativos de 'proximidade pessoal';


- Decisão dos bancos de forçar a adoção da tecnologia (como ocorreu com internet banking na década de 90).


Em apenas três países as soluções de pagamentos móvel, na visão do consultor, conseguiram sair do estágio inicial: Japão, Quênia e Filipinas. No Japão, o sucesso é explicado por dois fatores: economia forte e tendência do consumidor a aderir a novas tecnologias; Já no Quênia, infra-estrutura precária na área bancária incentivou o mercado móvel, a partir das ações das operadoras, fato também semelhante ao da Filipinas. 


Numa postura, até polêmica, Koss questionou se o pagamento via celular será, de fato, um negócio rentável ou tão somente um tópico a mais do avanço da tecnologia. Do ponto de vista institucional, os bancos seguem pregando a tese que é preciso uma padronização - dos bancos e das teles - para que o pagamento móvel funcione.


A Febraban, inclusive, está à frente de uma ação para que possa acontecer essa padronização do ponto de vista do setor bancário, mas não dá prazo para a definição de um acordo.


*Com informações da Assessoria de Imprensa da Booz & Company


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